Conforme declarações de hoje (14) na imprensa, Hoberto Hashioka, (Secretário de Estado de Administração e Desburocratização) afirma que o governo manteve a ideia do aumento da jornada de trabalho, adiando este procedimento para o mês de “junho ou julho”, alegando atender pedido dos sindicatos.
“O que nós pedimos, foi o estudo que eles vêm declarando na imprensa que fizeram, mas que ninguém viu. Até para ver qual é a real economia, a real necessidade de se ampliar a carga horária dos servidores, entendemos que em alguns casos, ela pode inclusive aumentar o custo do expediente, com mais gastos de energia, água, equipamentos”, disse Ricardo Bueno, Presidente do SintssMS.
Entrevistamos o sindicalista, sobre sua opinião, caso o poder executivo publique o decreto do aumento da jornada de trabalho, confira abaixo.
Site: Vocês pontuaram na reunião com o Secretário sobre condições de trabalho, nesta possível mudança?
Bueno: Com certeza, por exemplo, é necessário que os funcionários tenham uma área de descanso adequada para seu horário de almoço. É necessário também garantir a alimentação dessas pessoas e levamos preocupações sobre o tema do transporte também.
É importante frisar que temos estudos que comprovam, o salário dos servidores está achatado, ele vem sendo corroído pela inflação, somando os últimos quatro anos, já perdemos aproximadamente 20% do nosso salário.
Infelizmente o Secretário de Administração Roberto Hashioka não se comprometeu a oferecer o custeio da alimentação dos servidores, mas lembramos a ele, que em categorias de altos salários do poder executivo estadual, tem pessoas que recebem auxílio alimentação, com valores maiores do que um administrativo da educação, por exemplo.
Site: Que tipo ações vocês propuseram para esta situação?
Bueno: Nós propomos uma comissão bipartite com o governo para avaliar a situação, inclusive em nossa reunião com o secretário, ficou evidente que cada setor, cada unidade, que cada caso é um caso, que requer uma séria atenção, que nos causa muita preocupação.
Site: Como vocês estão avaliando esta última declaração de Roberto Hashioka, afirmando prazos e data para o decreto de aumento da jornada?
Bueno: Olha, em último caso, se for para implantar às 8 horas, do jeito que está, nós precisamos deixar bem claro que este sindicato entende que esta ação configura como redução salarial, neste sentido vamos entrar com medidas judiciais para amparar o trabalhador, o servidor, a servidora, que são nossos filiados pontuou.
Site: E sobre o vale-transporte?
Bueno: O governo ainda cita que vai fornecer o vale-transporte, mas entendemos que isto não é viável para a cidade de Campo Grande, por exemplo, aqui uma pessoa não consegue sair do Parque dos Poderes e ir para sua para almoçar e voltar em apenas duas horas... e se chover no caminho, fica pior ainda.
Nosso sindicato considera este possível decreto como unilateral, desrespeitoso e totalmente distante da tal valorização prometida nos últimos 4 anos e na última campanha eleitoral.
O que o Secretário vem falando não é o melhor resumo das reuniões com os sindicatos... agora, mais uma vez, pedimos a compreensão e o respeito do governador, no sentido dele estar conversando ou no mínimo, determinando que se faça o referido estudo, ou ainda, [caso o estudo tenha sido feito] que estes documentos sejam fornecidos aos sindicatos, pois até na imprensa o Secretário Hashioka disse que os secretários verão a melhor forma de implantação do aumento da jornada, o que para nós é indicativo que o estudo não foi feito.
Na foto acima: Sindicalistas e militantes da Base do SintssMS, acompanhados de lideranças do SinpolMS e SinsapMS
Escrito por: Assessoria de Comunicação - SintssMS