Entre os dias 27 e 29 de março aconteceu em Brasília o 8º Encontro Nacional das Mulheres da CUT, com o tema “Trabalhadoras em Luta por Igualdade, Liberdade e Autonomia”.

A atividade reuniu cerca de 600 lideranças sindicais CUTistas, de 23 estados da federação e de 15 ramos de atividade econômica do País, que durante os três dias, debateram questões como políticas públicas e o papel do Estado para as trabalhadoras da cidade, do campo, da floresta e das águas.

Segundo Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, que coordenou a mesa de abertura, o objetivo do Encontro é estabelecer estratégias e ações a serem incorporadas nas pautas e lutas prioritárias da CUT, a aplicação da paridade de gênero nas instâncias da Central e o fortalecimento, organização e mobilização das mulheres para avanços e ampliação de direitos.

A abertura contou com a presença da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci, que falou em nome da presidenta Dilma Rousseff.

Reproduzimos abaixo, a entrevista que Claudia Guimarães, dirigente do Sintss-MS nos ofereceu no retorno de sua participação, na qualidade de delegada do 8º Encontro Nacional de Mulheres da CUT.

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Cláudia: Esse encontro foi muito importante para atualizar o debate sobre as politicas públicas que atendem as pessoas da cidade e das florestas. Debatemos a necessidade de continuarmos com o projeto de desenvolvimento econômico e social do país.

Nós fizemos muitos debates com nossas companheiras cutistas, vamos estabelecer agora ações para a aplicação da paridade no Concut e nos sindicatos. Temos a tarefa de contribuir na organização das mulheres e em sua participação nas direções.

Nós estamos lutando por igualdade na vida, no trabalho e no movimento sindical.

Defendemos a importância de continuar e ampliar as políticas de transferência de renda e de valorização do salário mínimo. É preciso também que o governo federal melhore as políticas públicas que atendam as mulheres do campo. Outra grande ação da pauta trabalhista foi a defesa da luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e a luta pelo fim das terceirizações.  

O direito das mulheres trabalhadoras e estudantes que precisam de creches públicas de qualidade.

Site: E no âmbito das políticas sindicais, como o tema avançou?

Cláudia: Nós defendemos no 8º Encontro Nacional das Mulheres Cutistas, a democratização da estrutura sindical brasileira e discutimos também a nossa luta por autonomia, que se constróe com liberdade política sindical.

Outra pauta muito debatida na questão da autonomia foi em relação ao aborto, a autonomia sobre os nossos corpos e nossas vidas e também o combate a violência contra as mulheres, onde a Casa da Mulher Brasileira é uma grande conquista para nós do Mato Grosso do Sul, pois aqui já inauguramos a primeira Casa deste tipo no país.

A paridade no movimento sindical é a nossa luta a partir de agora, o que vai exigir um trabalho de diálogo com nossos companheiros dos sindicatos. A CUT vai levar este debate para o seu congresso, e esperamos que isso paute já as próximas eleições sindicais, onde vamos lutar para ter 50% de mulheres nas direções.

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Cláudia: Pra mim, participar deste encontro foi de grande importância, pois estamos trazendo estes debates para dentro de nossos sindicatos, contribuindo com as mulheres e com a luta. Tanto é que, uma das tarefas da delegação do estado, será continuar com nossas ações enquanto um grupo de articulação dentro da CUT.  

Olha é importante frisar que as mulheres só conseguiram avançar nos seus direitos por causa da luta que fizeram.

Eu tive esta oportunidade porque o meu sindicato me apoiou o tempo todo, o nosso presidente do Sintss-MS foi muito importante nesta questão, ele é do lado da luta das mulheres, nos incentivou e apoiou o tempo todo. Nosso sindicato tem apoiado a lutas das mulheres com muito interesse mesmo.

Também realizamos uma boa articulação com a companheira Célia Regina Costa, Secretária Geral da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social), que vai nos ajudar a integrar mais as nossas pautas.

Serviço: O encontro reuniu mais de seiscentas (600) sindicalistas CUTistas de diversos estados brasileiros, categorias e ramos de atividade econômica, para discutir, além da paridade, temas como democratização do Estado, reforma política e democratização dos meios de comunicação, e lutas históricas da pauta feminista, como a presença das mulheres no mercado de trabalho e a situação das mulheres negras.

Compuseram nossa delegação estadual da CUT-MS, as seguintes dirigentes:

Dilma Gomes, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-MS, Erika Oliveira da FTIAA/MS, Cleusa Pedrosa SINTSS/MS, Arminda Cristina SEEB-CG, Alice Leal SINTES/MS, Cláudia Guimarães CNTSS, Idalina Silva FETEMS, Cristiane Pinheiro CNTE.

Escrito por: Sérgio Souza Júnior, Ascom Sintss-MS com informações CUT e CUT-MS