publicado em 30 de Julho de 2021 às 16:48 - Notícias

Emocionante, live Julho das Pretas debateu o racismo estrutural no Brasil

Divulgação. Print da tela do evento.

Aconteceu na noite da última quarta-feira (28), em formato on line, a Live Julho das Pretas, “Para o Brasil Genocida, Resistência é Minha Essência” transmitida simultaneamente nas contas das redes sociais da CUT-MS no Facebook, Instagram e YouTube. 

O evento trouxe a denúncia sobre as dificuldades sofridas pelas mulheres negras, o racismo estrutural, que atinge o povo negro que viram sua situação econômica piorar nos últimos anos, sob a égide de um governo negacionista que só se alinha com o interesse das elites brasileiras.  

A pandemia do novo coronavírus acentuou as desigualdades na sociedade e no que se refere a essas mulheres o impacto foi ainda maior do que para o restante da população. 

Conforme Anatalina Lourenço, palestrante no evento e Secretária de Combate ao Racismo da CUT, por conta da “absurda desigualdade racial que se impera no mundo do trabalho, é mais do que urgente a gente compreender que é impossível qualquer ação de justiça social, de luta contra o desemprego, de luta contra a reforma administrativa, por exemplo, é impossível qualquer uma destas ações, sem a gente passar pela centralidade do combate ao racismo” disse.

“Se 56% da população brasileira é negra, se 70% dos pobres são negros então é impossível a gente falar de desenvolvimento econômico, justiça social se a gente antes refletir como que o racismo opera o mundo do trabalho, nas instituições, em todos estes espaços” ressaltou Anatalina. 

A Palestrante Vilani Oliveira, Secretária de Combate ao Racismo da CONFETAM CUT afirmou “A PEC 32 e todas as outras reformas que a antecederam, elas fecham um formato de um novo estado, o que está em curso é a desconstrução de um estado, no Brasil a constituição de 88, que teve uma participação fundamental da população brasileira, muita grande de vários setores da sociedade, esse pacto social de 88 que trouxe várias políticas de inclusão para reduzir a desigualdade, criou um capítulo inteiro do serviço público, é esse estado que tá sendo destruído”. 

Analisando um cenário com menos políticas públicas, fruto de uma aprovação da PEC 32, Vilani defende que o seu impacto será mais intenso na população preta e nas mulheres pretas.    

“Sendo mulher isso é mais grave ainda, porque a sociedade impôs às mulheres a tarefa de cuidadoras, somos nós que trabalhamos, que cuidamos dos filhos, que levamos pra creche, quando tem creche, que levamos ao médico, que cuidamos dos idosos” reforçou Vilani, que defendeu a necessidade de barrar esta reforma.   

O Julho das Pretas é uma agenda nacional inserida no mês que se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Um mês dedicado a ações e debates sobre estratégias de superação das desigualdades de raça. 

Para Cleuza Pedrosa, Secretária da Igualdade Racial, Combate ao Racismo e Preconceito do SINTSSMS “o julho das pretas tem uma grande importância para nós do povo negro, para nós do sindicato realizar este evento, significa você está dando visibilidade a um povo que sempre esteve na invisibilidade. É com este esperançar que me levanto todos os dias, esta live de hoje foi uma documentação que vai ficar para toda vida” afirmou. 

O Secretário de Combate ao Racismo da CUT-MS, Élio Araújo de Oliveira, ressaltou que durante o debate lembrou “de quando o Paulo Guedes disse que a empregada doméstica não podia ir para a Europa, um país tão rico, isso dói na gente, e por aí vai, a discriminação é total, principalmente às mulheres negras”. Élio também informou que a CUT-MS vai criar o Coletivo de Combate ao Racismo da Central, para ampliar a luta, a resistência.   

Cleuza reforçou o valor imensurável do evento como um ato de resistência neste período, “essa visibilidade a população negra e principalmente a mulher negra que bem sabemos que no mercado de trabalho, são elas que estão lá abaixo na pirâmide, pois e o homem branco é quem ganha X, a mulher branca ganha menos X e a mulher negra vai ganhar muito menos que isso, o racismo estruturante dentro dessa sociedade machista, sexista, onde não se respeita o ser humano e que te classifica através da sua cor de pele, através de seus bens, por isso o ser humano e a ser humana da cor preta são realmente invisíveis” disse.

O Presidente da CUT-MS, Vilson Gregório, parabenizou o evento das mulheres negras "é com este tipo de movimento, de lives, de debates, de diálogo que a gente consegue conscientizar a sociedade, só unidos e unidas que derrotaremos este governo que está aí, foi um excelente movimento que orgulha a CUT-MS, com este conhecimento apresentado aqui, assim que vamos derrotar esse governo” afirmou Gregório. 

Na organização do evento estavam a Cleuza Pedrosa, Secretária da Igualdade Racial, Combate ao Racismo e Preconceito do SINTSSMS e Élio Araújo de Oliveira, Secretario de Combate ao Racismo da CUT-MS.

Foram palestrantes no encontro, Andreia Ferreira, Escritório Estadual do DIEESE-MS, Rose Borges Secretária de Gênero e Geração da CTB-MS e Lucimar de Souza Arguelho (Luhhara), Professora pesquisadora e Coordenadora Executiva do Coletivo de Mulheres Negras do MS (CMNEGRAS/MS).

O evento contou com o apoio do Presidente da CUT-MS, Vilson Gregório, da Secretária Geral Dilma Gomes e da Secretária das Mulheres da CUT-MS, Cléo Bortolli e demais membros da direção da central, além do Presidente do SintssMS, Alexandre Júnior Costa.


Você pode conferir o vídeo completo no link abaixo


https://www.facebook.com/cutmsoficial/videos/283554866905028 

E
scrito por: Sérgio Souza Júnior Assessoria de Comunicação SintssMS, com informações CUT nacional 

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