publicado em 29 de Agosto de 2019 às 09:27 - Notícias

Nota de Repúdio ao Secretário Geraldo Resende, os trabalhadores de enfermagem do HRMS exigem respeito, valorização e retratação.

divulgação

Os servidores de enfermagem do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul vem a público manifestar indignação frente a fala deferida pelo Sr Secretário de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul, Sr Geraldo Resende Pereira durante entrevista concedida ao programa Bom Dia MS, da TV Morena no dia 21 de agosto de 2019.


Trata-se de indignação pela abordagem do assunto de forma generalizada e equivocada com a qual o secretário fez menção, visto que responsabiliza em sua fala os servidores por má gestão e baixa produtividade do hospital, fato este que não condiz com a realidade.

De acordo com documento descritivo 2018/2019 de pactuação entre estado e município existe um quantitativo a ser produzido pelo hospital, de acordo com os dados da tabela TABWIN o hospital produziu ainda no primeiro semestre do corrente ano 38% além da meta.

O que representa uma produção a mais de R$5.000.000,00 não pactuados, ou seja, valor este que o hospital não recebeu pelos serviços prestados a população. Vale salientar que esta produção foi realizada com recursos internos (financeiros e humanos) já reduzidos.


Cabe ressaltar que o hospital atende o serviço de UNACON adulto (unidade de assistência de alta complexidade em oncologia) e gestação de alto risco, entretanto, ainda está em processo de credenciamento, o que causa um não repasse de recursos (em torno de R$ 700.000,00/mês).

Sobre o convênio firmado com o Hospital Sírio Libanês, trata-se de um projeto vinculado às ações do PROADI (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS), não tendo como objetivo apontar simplesmente as falhas, mas sim compartilhar experiências e metodologias exitosas e contribuir na melhoria dos fluxos e processos de trabalho.

O relatório de 180 páginas citado pelo secretário é um diagnóstico situacional do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que entre outras informações traz o perfil sócio-econômico-demográfico da população do Mato Grosso do Sul e a importância do papel que o Hospital Regional tem frente ao atendimento hospitalar nesse cenário, ficando evidente que a instituição atende 85% da população de Campo Grande – MS.

Logo, o relatório aponta pontos positivos e sugestões de melhorias que são passíveis de serem implantadas, não sendo necessária mudança no modelo atual de gestão.
Quanto à oposição dos servidores pelo modelo de gestão proposto pelo secretário, as Organizações Sociais, é notório que esses modelos fracassaram na tentativa de melhoria da
gestão das instituições, visto exemplos em nível nacional e estadual.

Pela lógica, empresas visam fins lucrativos e o acesso à população ficará restrito ao contratualizado, vulnerabiliza o controle social preconizado pelo SUS, a transparência da destinação dos recursos, além de comprometer os princípios da integralidade, universalidade e equidade, pois a implantação desse modelo privado de gestão abre a perspectiva da introdução da dupla porta de acesso: uma para o SUS e outra para atendimento de convênios.

O gasto referido com plantões extras ocorre devido ao não cumprimento de determinações legais para recomposição do quadro de servidores efetivos da instituição, quadro este que está muito aquém da necessidade para manutenção do atendimento aos pacientes. Na categoria da enfermagem, mesmo os servidores executando o limite máximo de 60h extras no mês, não é possível garantir a composição de todos os postos de trabalho, considerando o nível de complexidade dos pacientes e ponderando que a instituição não trabalha com índice de segurança técnica.

Os servidores cedidos são acordos políticos com interesses pessoais, e a que a autonomia para essa articulação cabe aos gestores de alto escalão, e as que atualmente existem são reflexo das gestões anteriores. A atual gestão trouxe 3 profissionais que estavam cedidos e até o momento não houve autorização de mais nenhuma cedência.

Diante do exposto, é visível que a gestão estadual não tem feito investimentos necessários que garantam assistência de qualidade frente à complexidade e importância que o hospital tem na rede de atenção à saúde dos usuários, bem como a morosidade/burocratização colaboram diretamente na precarização do serviço. Mesmo assim, a gestão interna vem trabalhando estratégias reconhecendo que há a necessidade pela busca contínua de melhoria dos processos e fluxos de trabalho.

Sendo assim, os trabalhadores de enfermagem do HRMS exigem respeito, valorização e retratação.

Assinam abaixo os servidores de enfermagem do HRMS.

 

 

 
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