Com o aumento do número de mortes causadas pelo novo coronavírus em Mato Grosso do Sul, especialistas têm alertado a sociedade sobre a necessidade de se aumentar as medidas restritivas, entre elas a implantação de um lockdown de 14 dias na cidade para conter a disseminação do vírus.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a taxa de ocupação de leitos de UTI SUS (Unidade de Terapia Intensiva), na Capital está em mais de 90%, e vem aumentando drasticamente, fato que pode causar um colapso no atendimento.
Um grupo de pesquisadores de quatro universidades federais, inclusive a UFMS e a UFGD, defendeu a decretação de locdown para frear a pandemia em Campo Grande como forma de salvar mais vidas.
Os pesquisadores Adeir Archanjo da Mota (UFGD), Ana Paula Archanjo Batarce (UFMS), Cremildo João Baptista (UFMS), Eva Teixeira dos Santos (UFMS), Elisa Pinheiro de Freitas (UFMS), Fernanda Vasques Ferreira (UFOB), Marco Aurélio Boselli (UFU) e Mauro Henrique Soares da Silva (UFMS) manifestaram apoio à ação civil da Defensoria Pública que pediu o fechamento total – lockdown – para o município na tentativa de evitar mais mortes pela Covid-19.
No entanto, em uma audiência na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, na sexta-feira (7), que tinha por objetivo tratar da implantação do lockdown na cidade, a Prefeitura e a Defensoria Pública não chegaram a um acordo, com isso o município não terá o isolamento total da população.
Às vésperas de disputar a reeleição para a prefeitura da capital, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) tem sido muito criticado por restringir o comércio e o deslocamento das pessoas durante a pandemia. Para muitos, estas críticas têm levado a prefeitura a ser contra o lockdown. Marquinhos Trad tem falado que a cidade não precisaria fechar totalmente, porque teria UTIs suficiente para atender a população e ainda possui uma das menores taxas de letalidade do país.
O presidente do SINTSS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social), Ricardo Bueno, manifestou em um vídeo publicado nas redes sociais a sua preocupação com a situação crítica da saúde na capital do Estado, “estão pensando em eleições ou estão pensando em saúde pública? Estão fazendo política pública ou política partidária?” disse Bueno.
Ricardo Bueno falou do risco à saúde da população de Campo Grande, que assiste ao grande aumento de casos de COVID-19 e a ocupação total de leitos de UTI disponíveis no Hospital Regional da capital, o Hospital de Referência para a COVID-19.
“Até quando vão arriscar a vida dos profissionais, pensando na arrecadação estadual, na arrecadação municipal e não realmente pensando nos trabalhadores da saúde e nos trabalhadores em geral que estão se contaminando?”, frisou Bueno.
O dirigente sindical fez também um apelo sobre esta situação “a gente pede, parem de fazer política pensando nas eleições de 2020, façam política realmente pensando no povo, porque se estão pensando no Dia dos Pais, pode ser que mais e mais pais, há mais dos 400 que estão chorando, podem perder seus entes queridos pela COVID-19”, ressaltou Bueno.
Enquanto o sistema de bandeiras do Programa Prosseguir indica que o risco à saúde é extremo em Campo Grande (MS), as medidas que favoreceriam o isolamento social são afrouxadas.
A capital sul-mato-grossense está sob Bandeira Preta conforme qualificação do Prosseguir. Outra situação lembrada pelo sindicalista é a ausência do governador do Estado Reinaldo Azambuja nesta crise.
Ricardo Bueno, Presidente do SintssMS, reforça a necessidade de valorização dos trabalhadores da saúde pública.
Fonte: Jornal do Servidor